Gravetos.
Gravetos travessos.
Meninos travessos.
Carregam os espetos,
que futucam
o solo,
a terra,
a areia
e a argila.
A argila ainda menina,
com a qual
o artista se fascina,
criando diversas obras em sua humilde oficina.
Cria também gravetos de argila,
recém-retirada do solo,
da terra batida,
onde a areia igualmente se dissolve
e envolve, de repente, algo que surge:
é ela! A Sereia disfarçada de serpente!
No lodo da praia,
se lambuza e enlameia.
A Sereia se enlameia,
se lambuza,
tosta e se bronzeia.
Ela pode.
O mar, os gravetos lhe tiram;
do solo, seus dejetos lhe extirpam;
os espetos, sua cauda bandeia.
Gravetos, trazidos por meninos travessos,
não passam de mera e banal brincadeira.
Os matizes do solo
refletem sua beleza
e, mais uma vez,
fascinam o artista
que tenta,
em vão,
reproduzir,
com os elementos da terra,
sua exótica e inigualável beleza.
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